Eduardo Fernandez; Marta Moraes. 2019. Inga unica (FABACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência nos estados: BAHIA, municípios de Itamaraju (Luz 514), Prado (Folli 7106), Santa Cruz Cabrália (Neves 1762) e Una (Carvalho 4294); ESPÍRITO SANTO, municípios de Águia Branca (Fernandes 3433), Aracruz (OLIVEIRA 442), Conceição da Barra (Pirani 3016), Ibiraçu (Gomes 1131), Linhares (Pereira 4939), Santa Leopoldina ( Demuner 1850) e Sooretama (Menezes 1996).
Árvore com até 10 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Foi documentada em Floresta Ombrófila associada a Mata Atlântica nos estados da Bahia e Espírito Santo. Apresenta distribuição relativamente ampla, porém restrita a fitofisionomia florestal severamente fragmentada, cinco situações de ameaça e AOO=88 km². Grande parte das florestas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia e Prado, 2005). A maioria das propriedades particulares são fazendas de cacau, o principal produto da agricultura (Paciencia e Prado, 2005), sendo a cabruca considerada a principal categorias de uso do solo na região econômica Litoral Sul da Bahia (Landau, 2003). Os estados em que foi documentada resguardam atualmente entre 11% e 12% de remanescentes da Mata Atlântica original (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). Segundo Siqueira et al. (2004) a partir da criação de programas de extensão e fomento florestal do governo e de empresas privadas na década de 1990 iniciou-se a ocupação de extensas áreas com plantios homogêneos, principalmente Eucalyptus e Pinus no estado do Espírito Santo. Em todos os municípios em que a espécie ocorre, a conversão de florestas em pastagens varia entre 8%-52% da área total dos municípios (Lapig, 2019). Apesar de registrada dentro dos limite de Unidades de Conservação, estas não foram suficientes e capazes de deter a forte pressão antrópica sobre os ambientes florestais. Assim, infere-se declínio contínuo em extensão e qualidade de habitat. Neste cenário, I. unica foi considerada "Em perigo" (EN) de extinção neste momento. Recomenda-se ações de pesquisa (censo e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza no futuro, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento de um Plano de Ação Nacional (PAN) previsto para sua região de ocorrência nos estados da Bahia e Espírito Santo.
A espécie foi avaliada como "Vulnerável" (VU) à extinção na lista vermelha da IUCN (WCMC, 1998). Posteriormente, avaliada pelo CNCFlora/JBRJ em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Vulnerável" (VU) à extinção na Portaria 443 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação re-acessado após 5 anos da última avaliação.
Ano da valiação | Categoria |
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2012 | VU |
Espécie descrita em: Brittonia 46(1): 66 (1994)
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 5.3 Logging & wood harvesting | habitat | past,present,future | regional | high |
Grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia; Prado, 2005). Estima-se que a região tenha 30.000 ha de cobertura florestal (Paciência; Prado, 2005), 40.000 ha em estágio inicial de regeneração e 200.000 ha em área de pasto e outras culturas, especialmente cacau (Theobroma cacao L.), seringa (Hevea brasiliensis Muell. Arg.), piaçava (Attalea funifera Mart.) e dendê (Elaeis guianensis Jacq.) (Alger; Caldas, 1996). Especificamente em Una, 27% da cobertura florestal é ocupada por pasto, 15% de floresta em estágio inicial de regeneração, 6% de plantação de cacau e 2% de plantação de seringa (Pardini, 2004). A maioria das propriedades particulares são fazendas de cacau, o principal produto da agricultura (Paciência; Prado, 2005) | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.2 Wood & pulp plantations | habitat | past,present,future | regional | high |
Segundo Siqueira et al. (2004) a partir da criação de programas de extensão e fomento florestal do governo e de empresas privadas na década de 1990 iniciou-se a ocupação de extensas áreas com plantios homogêneos, principalmente Eucalyptus e Pinus no estado do Espírito Santo. O Estado possui cerca de 35% de sua área com aptidão preferencial para a atividade florestal, apresentando os maiores índices mundiais de produtividade de Eucalyptus (Siqueira et al., 2004). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3 Livestock farming & ranching | habitat | past,present,future | regional | high |
O município de Itamarajú tem 52% de seu território utilizado para pastagem (Lapig, 2018). O município de Prado com 168684 ha, possui 30% de seu território (49621 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Santa Cruz de Cabrália com 145939 ha tem 18% de seu território (25688 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Una com 122171 ha tem 8,1% de seu território (10194 ha) transformados em pastagem (Lapig, 2018). O município de Águia Branca com 45445 ha tem 22% de seu território (10217 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2019). O município de Aracruz (ES) com 142334 ha tem 28462 ha (20%) de seu território convertidos em pastagem (Lapig, 2018). O município de Conceição da Barra de 118.489ha tem 8,8% de seu território (10489ha) transformado em pastagem. O município de Ibiraçu - ES com 20125 ha tem 36% de seu território (7293 ha) convertidos em pastagem e floresta plantada (Lapig, 2019). O município de Linhares com 350371 ha, possui 34% de sua área (117270 ha) convertida em pastagem (Lapig 2018). O município de Santa Leopoldina (ES), com cerca de 71.809 ha, contém 17,4% de sua área convertida em pastagens (Lapig, 2018). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
"Vulnerável" (VU) segundo a Lista vermelha IUCN. Avaliada em 1998, pela WCMC (IUCN 2011) |
Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada na RESERVA BIOLÓGICA DE COMBOIOS (PI), RESERVA BIOLÓGICA DE SOORETAMA (PI), RESERVA BIOLÓGICA DO CÓRREGO GRANDE (PI), PARQUE NACIONAL DO DESCOBRIMENTO (PI), ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL SANTO ANTÔNIO (US) e RESERVA BIOLÓGICA DE UNA (PI). |
Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie foi avaliada como "Vulnerável" (VU) e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5 Law & policy | needed |
A espécie ocorre em territórios que possivelmente serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Espírito Santo - TER33 (ES) e Território Itororó - TER35 (BA). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |